Suzie Clavery

Depois de pagar US$ 700 mil para a socialite Paris Hilton estrelar seu comercial, a cerveja Devassa teve que tirá-lo do ar. O Conar (Conselho de Autor Regulamentação Publicitária) abriu mais de um processo contra o Grupo Schincariol porque a campanha foi tida com desrespeitosa e com excesso de apelo sensual.

Será? Na campanha a Paris Hilton aparece com a latinha da Devassa na mão e dança com um vestidinho preto, justo e curto deixando-se ser vista pelas janelas de um apartamento quase todo envidraçado. Excesso de apelo sensual? Nada demais, sinceramente. As dançarinas do Faustão tem o corpo mais exposto e remelexo mais sensual – em pleno domingo familiar – do que a Paris nesse comercial. Excesso de apelo sensual é a dança do Rebolation ou então o Carnaval carioca com suas dezenas de mulheres com quase tudo de fora e tapas-sexo que é difícil acreditar que estejam lá. A decisão do Conar beira a hipocrisia. Tanta coisa mais sensual e machista para ser barrada na telinha…

A propaganda da Devassa foi muito bem elaborada e a garota-propaganda é perfeita para o produto. Os consumidores que se sentiram ofendidos tem a opção de não comprar o produto. É simples!
A Schin teve que tirar os comerciais do ar, mas quem ganhou com isso? A Schin! Só pela repercussão que a campanha gerou, pela polêmica discussão de quem acha que o comercial deve mesmo sair do ar e aqueles que defendem que o comercial não é tão libidinoso assim a ponto de ser excluído pelo Conar, o produto já emplacou.

Agora até no Twitter já está acontecendo a campanha para os comerciais da Devassa voltarem ao ar (#voltadevassa) Mídia gratuita para a Devassa. Os US$ 700 mil aplicados no comercial já renderam muitas vezes mais para a Schin.