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Dove, a marca suicida?

segunda-feira, 22 de março de 2010

Particularmente não consigo entender a estratégia de Dove para novos mercados. Acho até um pouco suicida a Unilever investir R$ 24 milhões em desodorante Dove para homens. Para homens? Quer marca mais feminina do que Dove!

Tantas campanhas feitas com mulheres e para mulheres se identificarem com a marca, tantos comerciais explorando a real beleza feminina, aquela com mais curvas, gordurinhas e celulites e, de repente, surge um desodorante para o público oposto.

Destruiu-se com essa estratégia a autenticidade da marca, a identificação das mulheres com algo (uma marca) que era só seu. Dove era uma marca feminina, sem sombra de dúvidas, mas agora caiu no senso comum. Sem saber para onde expandir seus produtos deu um tiro no escuro tentando atingir outro mercado e deixou para traz o mais encantador que a marca possuía: a identificação com o público feminino.

Ao produzir produtos masculinos Dove virou só mais uma marca, entre tantas outras, que atendem os dois sexos. Perdeu-se o glamour, a exclusividade vista pelas mulheres em um produto de qualidade feito só para elas. Dove era uma marca que entendia as mulheres, agora, virou aquela (ex)melhor amiga que te trocou pelo novo namorado. Perde-se a identificação e se afasta com o tempo, mesmo sem ter segurança de um relacionamento duradouro.

Quando a busca por lucros interfere na personalidade da marca é hora de repensar as estratégias. Vale mais manter a marca forte, a identificação e preferência do seu público original do que matá-la por um público novo, que você nem tem total certeza se vai querê-la realmente.

#voltaDove

Gestão de marca é indispensável

quarta-feira, 17 de março de 2010

A marca de uma empresa é como o corpo humano, se não está saudável, os órgãos (produtos) vão falindo aos poucos. Por isso é tão importante que haja investimento não só nos produtos, mas também na marca em si. Gerir a marca para que ela se torne conhecida e preferida por seus clientes é indispensável para manter a saúde dos negócios e a vida útil dos produtos.

Outro ponto importante é que o investimento na marca deve ser constante. Não basta só investir quando as vendas estas estão deslanchando. Não investir de forma regular na marca é um grande engano que muitas empresas cometem. É preciso investir na marca faça chuva ou faça sol. È necessário investir quando o negócio está lucrativo e também quando está em crise, pois depois que a crise passar, certamente seus produtos terão perdido relevância no mercado e vai ser ainda mais difícil se recuperar da baixa nas vendas se não houver investimento na marca neste período.

Outro engano é achar que se pode fazer um ‘boom”de investimento, comunicação e publicidade por determinado período e depois descansar por algum tempo só colhendo os frutos de sua popularidade. Não funciona! O mercado esquece rapidamente de tudo hoje, principalmente com tantas opções para todo o tipo de produto. È muito mais provável que durante esse período que as empresas acham que estão colhendo os frutos de seus investimentos passados, venha algum concorrente e ocupe todo o seu espaço que era do seu produto e da sua marca na mente e na vida dos consumidores.

Então, conforme-se, investir na comunicação da marca com o mercado é indispensável!

Não é à toa que a Unilever investiu milhões de reais nos últimos 5 anos para elevar de 7 para 73% o conhecimento de sua marca pelos brasileiros. E o investimento vale a pena, pois o retorno a médio prazo é realmente nas vendas. Construir uma marca sólida demanda tempo e dinheiro, mas o investimento volta em dobro quando bem feito.Hoje os brasileiros tem noção de que a Unilever é a marca-mãe de milhares de produtos que eles já consumiam ou que vieram a consumir porque passaram a confiar na marca devido ao investimento feito nela.

O investimento em marca também beneficia lançamentos de produtos, pois quanto mais conhecida, confiável e preferida a marca é no mercado, menos ela tem que investir no lançamento de um produto, pois os consumidores já tem uma pré-disposição a aceitar o produto mesmo pelo simples fato de estar familiarizado com a marca. Assim é a Apple, por exemplo. Basta Steve Jobs lançar o IPad que os aficcionados pela marca nem estão tão preocupados com os recursos, com possíveis melhorias, com o preço, popis tudo isso é detalhe quando se fala de Apple. A marca é tão forte e seus produtos tão confiáveis que mesmo antes de ser lançado o IPad já era um sucesso, mais de 152 mil unidades do produto já haviam sido vendidas nos três primeiros dias de pré-venda.