Arquivo de 22 de março de 2010

Dove, a marca suicida?

segunda-feira, 22 de março de 2010

Particularmente não consigo entender a estratégia de Dove para novos mercados. Acho até um pouco suicida a Unilever investir R$ 24 milhões em desodorante Dove para homens. Para homens? Quer marca mais feminina do que Dove!

Tantas campanhas feitas com mulheres e para mulheres se identificarem com a marca, tantos comerciais explorando a real beleza feminina, aquela com mais curvas, gordurinhas e celulites e, de repente, surge um desodorante para o público oposto.

Destruiu-se com essa estratégia a autenticidade da marca, a identificação das mulheres com algo (uma marca) que era só seu. Dove era uma marca feminina, sem sombra de dúvidas, mas agora caiu no senso comum. Sem saber para onde expandir seus produtos deu um tiro no escuro tentando atingir outro mercado e deixou para traz o mais encantador que a marca possuía: a identificação com o público feminino.

Ao produzir produtos masculinos Dove virou só mais uma marca, entre tantas outras, que atendem os dois sexos. Perdeu-se o glamour, a exclusividade vista pelas mulheres em um produto de qualidade feito só para elas. Dove era uma marca que entendia as mulheres, agora, virou aquela (ex)melhor amiga que te trocou pelo novo namorado. Perde-se a identificação e se afasta com o tempo, mesmo sem ter segurança de um relacionamento duradouro.

Quando a busca por lucros interfere na personalidade da marca é hora de repensar as estratégias. Vale mais manter a marca forte, a identificação e preferência do seu público original do que matá-la por um público novo, que você nem tem total certeza se vai querê-la realmente.

#voltaDove